ENEM: PF indicia 2 por vazamento de prova

PF indicia 2 do Colégio Christus por vazamento no Enem
A Polícia Federal indiciou dois funcionários do Colégio Christus, de
Fortaleza, pelo vazamento de questões do Enem de 2011. Segundo a PF, os
itens foram copiados de pré-teste realizado na escola em 2010 e
repassados a alunos da instituição. Ambos foram indiciados por
estelionato.
Os responsabilizados são o professor Jahilton Motta, que teria entregue o
caderno com as questões que cairiam no Enem, e um funcionário que não
teve o nome divulgado. Este último é o único que teve acesso a duas
salas de aula em que foram aplicados os pré-testes e cuja prova continha
as questões idênticas às que caíram.
Segundo concluiu a PF, a Cesgranrio terceirizou a aplicação do pré-teste
no Christus. Por isso, o funcionário da escola - que não teria assinado
termo de confidencialidade - teve acesso ao material.
Dez dias antes do Enem, Jahilton Motta, que leciona física e é um dos
coordenadores do Christus, distribuiu cadernos de exercícios aos
vestibulandos. Segundo relatos de alunos, ele teria dito para os
estudantes prestarem atenção no material, “o mais importante sobre o
exame”.
Em depoimento à PF, o professor não revelou quem lhe entregou o material. Teria encontrado os cadernos em sua mesa.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) anulou
14 questões do Enem para 1.139 alunos do 3.º ano e do cursinho do
Christus. Os testes eram idênticos ou parecidos aos que caíram no
pré-teste aplicado um ano antes na escola. O cancelamento não prejudicou
a nota dos estudantes.
O colégio, um dos maiores da capital cearense, não foi responsabilizado.
A Cesgranrio, que integra o consórcio responsável do Enem junto com o
Cespe, também não foi indiciada, mas pode ser processada pelo Ministério
da Educação (MEC) por terceirização da fiscalização do pré-teste. Por
causa da Teoria da Resposta ao Item (TRI), as questões do Enem precisam
ser pré-testadas para calibrar a dificuldade.
O inquérito foi finalizado na sexta-feira e entregue ao Ministério
Público Federal. A procuradora Maria Candelária Di Ciero pode, ou não,
recomendar à Justiça o indiciamento da PF.
Estadão
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